quarta-feira, 24 de abril de 2013

Observações sobre ternura, amizade e jornalismo


José Mauro de Vasconcelos fala que é de pedaço em pedaço em que a gente faz a ternura. Eu sempre achei essa afirmação bonita, porém o Questão de Ordem me fez perceber o quanto de veracidade existe nela. De fato, a ternura a gente constrói aos pouquinhos, juntando os pedacinhos dela, diariamente, até tê-la prontinha no final.
Apesar do sofrimento, estresse, noites mal dormidas e não dormidas, lágrimas, surtadas, desentendimentos e tudo o mais de dificuldades que nós enfrentamos, eu tenho um orgulho gigante em constatar que nós construímos – de pedaço em pedaço - uma ternura forte, grandona e verdadeira. A ternura da gente é mais bonita que a de todo mundo, porque a cola que uniu cada partezinha que a compõe é uma mistura de sonhos em comum, admiração mútua, amizade, trabalho e essa doença (que eu poderia chamar de vocação, mas seria mentira) pelo jornalismo.
Eu vi, no correr desses quase dois meses de QO, cada um de nós crescendo jornalisticamente e trabalhando pra melhorar cada dia mais. Talvez os passos que a gente deu tenham sido pequenos (de formiga), quando observados de fora, mas pra mim, pelo menos, eles significaram muito. A gente aprendeu, com cada erro, a enfrentar as conseqüências dos nossos atos de frente, a apoiar uns aos outros, a não julgar os erros alheios e a ficarmos unidos. Talvez os erros tenham sido a parte mais importante dessa experiência.
Quando eu peguei o meu sonho de escrever, de usar o jornalismo pra tentar ordenar essa loucura diária que eu vejo todos os dias por aí, joguei na mala e parti de casa pra cá, eu não imaginava o quanto ia ser difícil conseguir realizar esse sonho. E nem por um segundo pensei que ia encontrar tanta gente incrível nessa cidade nova, tão diferente e longe da minha, mas com tanta cara de lar. Sem sombra de dúvidas, a universidade me trouxe muitos ganhos intelectuais, mas a parte mais importante e valiosa que ela me deu foram as pessoas que eu encontrei e com quem eu aprendi demais.
Essa experiência serviu pra conhecer mais todos vocês e aprender a admirar as potencialidades de cada um. E mesmo os momentos de choro, desespero, cansaço e doença, serviram pra eu perceber que a gente é mesmo uma equipe e que tem gente do meu lado pra qualquer parada. E agora, na reta final desse trabalho, eu estou muito orgulhosa do quanto eu consegui evoluir, mas principalmente, me orgulha er o crescimento de cada um de vocês. No fim, quando toda essa loucura passar, eu sei que vou sentir falta disso tudo. Afinal de contas, o que vai ser de mim sem conviver quase 24 horas direto com vocês, na mesma casa, tomando café juntos, compartilhando cansaço, sofrimento, desilusões e comidas nada saudáveis? Pelo menos eu sei que a ternura que a gente sofreu tanto pra construir ainda vai estar aqui, pra a gente poder usar e se aproveitar dela.


*Texto dedicado à minha turma (linda e terna) de jornalismo. Queria poder conseguir colocar pelo menos metade de tudo o que eu tenho pra falar aqui, mas no momento, tudo o que eu consegui foi esse texto. 

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