quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O Relógio

Esse poema eu li num livro escolar há um bom tempo atrás, e achei curioso o modo como ele aborda o tema da efemeridade da vida:


O Relógio

“Diante de coisa tão doida
Conservemos-nos serenos

Cada minuto da vida
Nunca é mais, é sempre menos

Ser é apenas uma face
Do não ser, e não do ser

Desde o instante em que se nasce
Já se começa a morrer”

                               Cassiano Ricardo


O modo que a gente encara a vida, e a morte, é de cada um, mas a gente deve tentar ver o copo meio cheio. É de mim, sempre foi, tentar trabalhar com os fatos e aproveitar o que há de bom em cada situação, seja ela qual for. É muito típico a gente maldizer a vida, mas, se formos parar para pensar, ela é algo realmente espetacular. Os amores, os amigos, os momentos felizes, e mesmo os tristes, sempre nos ensinam alguma coisa, a vida sempre está pronta para ensinar-nos, e cabe a nós o aprendizado.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Carlos Drummond de Andrade

“Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons.”
Carlos Drummond de Andrade

- Eu estava procurando uma frase sobre a vida para postar aqui, e essa, terei de confessar, veio muito a calhar. Uma vez eu perguntei a um amigo, uma coisa simples que o fazia feliz, e ele me respondeu: - Biscoito. 
Na hora achei engraçado, mas depois, pensando, percebi que ele tinha toda razão. 
Coisas realmente muito pequenas são capazes de nos fazer felizes e nos proporcionarem momentos de intensa felicidade, momentos inesquecíveis. 
O problema muitas vezes está no fato de que a gente não presta atenção e não dá valor às pequenas coisas, tão preocupados que estamos com os problemas e a correria do dia-a-dia. Por isso que, segundo o poeta, quando somos crianças ou idosos, somos capazes de dar valor e perceber esses pequenos acontecimentos que fazem a vida tão especial.



quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

"Soneto 66" - William Shakespeare

Pessoal, há tempos que eu venho querendo escrever sobre esse poema, desse vídeo...
Para melhor compreensão de vocês, eu vou postar também o poema escrito, mas peço que vocês assistam ao vídeo:


"Farto de tudo, clamo a paz da morte 
Ao ver quem de valor penar em vida 
E os mais inúteis com riqueza e sorte 
E a fé mais pura triste ao ser traída
E altas honras a quem vale nada 
E a virtude virginal prostituída 
E a plena perfeição caluniada 
E a força, vacilante, enfraquecida
E o déspota calar a voz da arte 
E o néscio, feito um sábio, decidindo 
E o todo, simples, tido como parte 
E o bom a mau patrão servindo
Farto de tudo, penso, parto sem dor 
Mas, se partir, deixo só o meu amor."



Eu adoro esse soneto porque ele se enquadra bem na sociedade atual. O poeta critica a injustiça da vida no geral, a imoralidade da sociedade e o governo opressor.
E se formos ver, as críticas dele são extremamente pertinentes, pois, o trabalhador sofre todos os dias na labuta, e nunca consegue ser mais que um reles empregado; enquanto outros, nada fazem de proveitoso e vivem a nadar em dinheiro (certos políticos, por exemplo).
A sociedade está cada vez mais sem princípios, a moralidade e a honra estão se perdendo, e ninguém parece fazer nada para impedir.
Quanto à cultura, essa está cada vez mais sendo destruída, não só pelo mundo globalizado, como por influência da ausência de moral que rege a sociedade. Eu luto todos os dias contra isso, quando escrevo aqui, tentando resgatar o que há de bom na cultura, e que está cada vez mais esquecido.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Caetano Veloso - Força Estranha

Essa música do Caetano ficou conhecida na voz do Roberto Carlos; eu, particularmente, prefiro o Caetano cantando.
Bom, o que me faz gostar dela é o fato de que ela fala sobre a vida. Fala sobre a efemeridade da vida, e de como o tempo passa rápido, e tudo passa rápido, e a gente tem que saber aproveitar as coisas boas, as coisas certas; de como as pequenas coisas são as que realmente importam e nos fazem felizes. Espero que apreciem:

J. K. Rowling

- Bom pessoal, desculpem pela demora em postar mais textos, é que eu estava em período de vestibular...

E sim, podem me prender agora, mas eu vou sim escrever sobre Harry Potter, mais especificamente sobre o livro Harry Potter e o Enigma do Príncipe. Eu resolvi reunir aqui algumas frases legais que existem no livro, pra compartilhar com vocês. Espero que gostem ;*

"Era, pensou Harry, a diferença entre ser arrastado para a arena para enfrentar uma luta mortal e entrar nela de cabeça erguida. Algumas pessoas diriam, talvez, que a escolha era mínima, mas Dumbledore sabia - e eu também, pensou Harry, com súbito orgulho, bem como meus pais - que aí residia toda a diferença do mundo."  Pág. 402

"Em algum lugar lá fora, na escuridão, uma Fênix cantava de um jeito que Harry jamais ouvira: um lamento comovido de terrível beleza. E ele sentiu, como antes sentira ao ouvir o canto da fênix, que a música vinha de dentro e não de fora dele: era o seu pesar que se transformava magicamente em canto, ecoava pelos jardins e entrava pelas janelas do castelo."  Pág. 483

"Dumbledore teria sido o mais feliz dos homens em pensar que havia um pouco mais de amor no mundo"  - Pág. 490

"[...] E, hora a hora, ele adiava dizer o que sabia que devia dizer, fazer o que sabia que era certo fazer, porque era difícil abrir mão de sua maior fonte de consolo."  - Pág. 497

"Embora houvesse momentos em que a brutal realidade do acontecido ameaçasse esmagá-lo, havia lacunas de insensibilidade durante as quais ele ainda encontrava dificuldade em acreditar que Dumbledore realmente partira, apesar de não falarem outra coisa no castelo."  - Pág. 500

"[...] Ele e Dumbledore haviam discutido as razões de se travar uma luta perdida. Era importante, dissera Dumbledore, lutar, e recomeçar a lutar, e continuar a lutar, porque somente assim o mal poderia ser acuado, embora jamais erradicado..."  - Pág. 504

"Tinha de abandonar a ilusão que já devia ter perdido com um ano de idade: que a proteção dos braços paternos significava que nada poderia atingi-lo. Neste pesadelo não haveria despertar, não haveria sussurro tranquilizante no escuro dizendo-lhe que, na realidade, estava seguro, que era tudo sua imaginação; o último e maior de seus protetores morrera, e ele estava mais sozinho do que jamais estivera."  - Pág. 505

domingo, 21 de novembro de 2010

Antoine de Saint-Exupéry

A guerra dos Carneiros e das Flores

O vídeo que se segue é um trecho do livro O Pequeno Príncipe. Há nesse trecho uma frase da qual eu gosto muito, é a seguinte: "Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla."
Eu acho essa frase de uma grandeza sublime, pois quando amamos algo de verdade, tudo o que queremos é ver o fruto desse amor bem, e contemplá-lo. Saint-Exupéry descreve isso com maestria no vídeo, certamente melhor do que eu... Espero que gostem =* :


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Corações...

"Existem vários corações batendo dentro do peito de um ser humano. Corações de éter, de neve, de inverno, de gelo. Corações frios em busca de sentimentos que os aqueçam baseados em sentimentos muito mais fáceis de ser cantados do que realmente sentidos. De manifestações humanas que extrapolam o conceito científico e promovem sensações e entendimentos que aproximam aquele que é criado de seu Criador.
Essas sensações nascem primeiro da dúvida promovida pela dor e fazem o mundo parecer menor do que é. E fazem também parecer a vida desse tamanho. Entretanto, nenhuma pessoa deveria acreditar que existe tamanho para a vida, ou um tamanho para o mundo, ou para a energia que move esse mundo.
Pois o homem sobrevive através do trabalho, mas vive através do sonho.
E o sonho nasce de sentimentos que só podem ser despertados através de uma busca. São sentimentos que nascem de uma resposta para uma dúvida que assola cada criatura oriunda de uma criação. Uma dúvida pela qual alguns homens poderiam morrer.
E muitos outros poderiam viver.
Mas quem seria capaz de morrer, ou viver, por uma pergunta e uma resposta? A resposta: depende da pergunta.
Mas depende muito mais da própria resposta.
Uma resposta de uma dúvida ansiada por mortais e por semideuses. Uma resposta procurada por criaturas e por criadores, em diversos locais onde ela não está.
Uma resposta capaz de mudar o mundo.

Quantas guerras serão necessárias para que tenhamos um pouco de paz

Uma. No fim de todas as contas, será preciso apenas uma. Em longas trincheiras rodeadas por egos humanos.

Dentro de cada um dos nossos mais diferentes corações."

                                                                  Dragões de Éter - Corações de Neve (Raphael Draccon)




- Bom pessoal, eu vou comentar o texto acima... Esse texto tem muito haver com esse momento da minha vida, no entanto, não cabe falar aqui sobre isso; logo, vamos ao que interessa...
A verdade é que a gente muitas vezes não sabe como encarar os nossos sentimentos, e na ânsia de sentir, esquecemos que o mundo é mais que isso, que a vida é muito maior. 
A maioria das pessoas só percebe o quanto a vida é grandiosa quando dá de cara com a morte, e, acreditem, esse não é um bom momento. Nós nos prendemos demais às coisas, aos amores, como se não existisse nada além daquilo. Na verdade, existe um mundo inteiro a nossa espera, e cabe a cada um fazer da sua vida algo útil e proveitoso.
Eu vejo isso todos os dias... Observando as pessoas, eu vejo como nós desperdiçamos o nosso tempo com coisas sem valor. Vejo também como as pessoas estão cada vez mais egoístas... Todos pensam em si, no entanto, não pensam no peso de suas atitudes, de suas palavras, e como elas podem podem afetar as outras pessoas. Pois sim, temos que pensar nas outras pessoas, em especial naquelas que gostam de nós, pois, da vida a gente só leva os afetos, os momentos, e as alegrias.
Porque existem guerras? É simples... Pelo fato de que antes de atacar, as pessoas não se imaginam no lugar do atacado, não pensam que ele também tem afetos, e pessoas que o amam. Porque na maioria das vezes o ego é muito maior que a razão, que a compaixão.
É muito difícil viver, porém, é infinitamente mais difícil viver com dignidade, com hombridade. Essa é a nossa busca, ou deveria ser, pelo menos... Ser alguém de quem as pessoas tenham orgulho de lembrar, alguém que não tenha vergonha dos próprios atos, e possa bater no peito e dizer que VIVEU, porém viveu como um homem de verdade.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Casais da Literatura

Bom pessoal, por razões que até eu mesma desconheço, eu resolvi fazer uma postagem sobre os que eu considero grandes casais da literatura, organizando-os em ranking. Porém eu vou dividir a postagem em duas partes, a literatura convencional e a literatura adolescente, pois acredito que assim vai agradar mais a vocês, eu espero que gostem! ;D

1. O Pequeno Príncipe e a rosa (O Pequeno Príncipe – Antoine de Saint-Exupére)

Esse casal é um pouco controverso por ela ser uma rosa. No entanto, eu tive que colocá-los em primeiro lugar, pelo amor que ele tem a ela. Esse amor supera o fato de ela ser orgulhosa e esnobe, pois mesmo assim, mesmo ela o tratando mal às vezes, ele tenta protege-la, se preocupa com ela, e acaba voltando para cuidar dela . Uma frase desse livro que eu gosto muito é a seguinte: "Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla."

2. Bentinho e Capitu (Dom Casmurro – Machado de Assis):


Esse casal está no segundo lugar mais pela parte do livro em que eles são jovens do que pelo resto. Eu gosto muito da história deles e de como é puro o amor dos dois quando adolescentes.
Bentinho e Capitu eram vizinhos e brincavam juntos, porém com o passar do tempo se apaixonaram, e a narrativa é extremamente meiga, o modo como ele descreve os olhos e as feições dela, as travessuras da meninice dos dois, me encanta profundamente.

3. Romeu e Julieta (Romeu e Julieta – Shakespeare):

Bom, eu não coloquei esse casal em primeiro lugar porque eu acho meio irreais alguns pontos da história e porque se eu o fizesse, seria apenas por clichê. Apesar disso, eu aprecio muito essa história e esse autor, e acho que o amor dois é um dos amores mais bonitos e arrebatadores que eu já tive o prazer conhecer.

4. Peri e Ceci (O Guarani – José de Alencar):

Bom, sendo honesta com vocês, eu não li esse livro, porém, resolvi coloca-los em quarto lugar porque acho a história legal. Como eu não tenho muito a falar sobre eles, resolvi colocar um vídeo:





 5. Meggie e Ralph (Pássaros Feridos -  Colleen McCullough) 


Esse livro foi um dos melhores que eu li. Essa história é muito polêmica porque Ralph é padre e conhece Maggie quando ela ainda é criança, participando da criação dela. Porém, quando ela vai crescendo, eles vão se apaixonando, e esse amor é maior que eles, mas não consegue ser maior que Deus. Apesar de ter muito sofrimento, a história é linda e eu realmente recomendo. 




6. Eugênio e Margarida (O Seminarista – Bernardo Guimarães):


Esse casal é a minha menina dos olhos. Eu li esse livro na oitava série e me apaixonei pela história. Eugênio e Margarida foram criados juntos, porém se apaixonaram. Ele, no entanto, acabou indo para o seminário por vontade dos pais e os dois se separaram. Apesar do final não ser feliz, (Não vou contar como termina a história, mas eu recomendo, leiam!) eu acredito que o amor deles é muito verdadeiro e puro. 



7. Olga e Prestes (Olga – Fernando Morais)



O livro é baseado na história de Olga Benário e Luiz Carlos Prestes, e eu sou muito fã deles dois. Olga foi fiel a Prestes até o último segundo de sua vida, e foi sem dúvida o primeiro e grande amor da vida dele. Eles sofreram demais, porém não perderam a honra e a dignidade em momento nenhum. Um dos textos mais bonitos que eu li, foi a última carta que Olga escreveu a Prestes e a Anita, filha dos dois, horas antes de ser executada em uma câmara de gás.  Eu recomendo esse livro, leiam, pois ele é uma lição de vida.



8. Lúcia e Ruy (Queridos Amigos – Maria Adelaide Amaral)


Eu tinha que colocar algum casal desse livro, e escolhi Lúcia e Ruy porque eles são um casal muito sereno. Se você ler o livro, ou assistir à minissérie Queridos Amigos, vai ver que esse casal parece possuir até certo ponto, um casamento perfeito, ou quase.



9. Brás Cubas e Virgília (Memórias Póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis)


Esses dois, apesar de não serem casados na história,formam um belo casal. Terei de confessar que essa não é a minha obra preferida do Machado de Assis, mas é muito boa.

10. Dante e Beatriz (A Divina Comédia – Dante Alighieri)

Bom pessoal, faz um bom tempo que eu li esse livro, porém ele é um marco na literatura mundial. O amor de Dante (o nome do autor também é Dante, porém ele aparece no livro como personagem) por Beatriz é tanto, que ocorre uma mitificação da figura dela na obra, como se ela fosse quase uma deusa. 

domingo, 17 de outubro de 2010

Queridos Amigos

O vídeo dessa postagem faz parte da minissérie Queridos Amigos, inspirada no livro Aos Meus Amigos, da Maria Adelaide Amaral.
Eu tento explicar porque essa minissérie mexe tanto comigo, mas as palavras me fogem. Porém, escolhi essa cena para dividir com vocês e eu poderia contar um milhão de razões para o tal, porém vou escolher a mais cruel de todas, ou pelo menos é o que me parece: porque é a cena da despedida de Leo; porque nela os amigos de uma vida toda percebem que talvez nunca mais estejam juntos novamente, e olham pra o passado, vendo o quanto viveram intensamente, e foram felizes, tristes.
Eu espero sinceramente que vocês apreciem o vídeo, que é um dos meus preferidos, mas se não gostarem, eu sinto desapontá-los, mas penso que um dia vocês chegarão em um ponto da vida em que poderão compreender a essência dessa cena. Eu já cheguei nesse ponto, cedo demais, talvez, mas cheguei.


terça-feira, 12 de outubro de 2010

Samba pra Vinicius

A morte apesar de ser algo necessário, é muito triste. Eu me pergunto como podem certas pessoas não sentirem um pesar imenso ao saber que morreu alguém como Vinicius de Moraes ou Drummond... Pensar que aquela mente brilhante nunca mais vai escrever, ou falar, que todas as idéias que ele poderia vir a ter, agora são impossíveis. Isso tudo me faz refletir sobre a vida.
Mas, enfim, eu quis postar aqui essa homenagem pro Vinicius, feita pelo Toquinho e pelo Chico, porque eu achei extremamente merecida; por tudo que ele foi, e ainda é, pois ele só terá morrido quando ninguém mais se lembrar dele, e eu estou certa de que isso vai custar muito a acontecer.


"Vinicius nunca mais estaria lá. Ele se fora mesmo, como aqueles gatos boêmios, furtivos, levando junto a poesia para derramá-la pelos telhados da eternidade. Por mais intensa que seja a perda humana, restarão sempre os vestígios de vida que a morte não apaga. O dever de quem fica é perseguir e revalidar esses vestígios. Sem que seja uma consolação, mas uma permanente ordem de esperança e continuação da vida."


Eu espero que vocês, como eu, apreciem essa homenagem ao "Poetinha", o nosso tão querido Vinicius de Moraes.



segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Chico Buarque

João e Maria

Bom, essa letra é do Chico Buarque, com melodia do Sivuca. Não poderia faltar aqui algo do Chico, porque além dele ser um grande poeta, nos passa uma sensibilidade única em suas letras. Essa música em particular fala da infância, e eu acho ela muito bonitinha, além de ser inominável a importância dela na minha vida. Eu resolvi postar essa música para dar continuidade à do Toquinho que eu havia postado antes (O Caderno), pois ambas abordam o mesmo tema. Eu espero sinceramente que vocês gostem. =*



domingo, 10 de outubro de 2010

Dragões de Éter - Corações de Neve

Esse livro é de um autor brasileiro chamado Raphael Draccon. Por mais fútil que possa parecer, o que me chamou a atenção para ele na prateleira da livraria foi o desenho da capa, comprei, li e adorei. No entanto, o que eu mais gostei dele foram as frases, e são algumas delas que eu vou postar aqui... Espero que gostem. =*




"Devemos não acreditar em nada do que escuta e apenas na metade do que se vê."            (Pág. 132)


"Pois muito fácil é saber o que sonha um homem que ama. E, mais ainda, a mulher que vive tal sonho. [...] E bendito é o coração frio aquecido pelo amor."  (Pág. 170)

"Existem poucas, bem poucas coisas pelas quais vale a pena viver e morrer. O amor é uma delas.(Pág. 171)


"E ali, naquele entardecer solitário, o fato era que a alma daquele homem vivia no coração de milhares de pessoas. Mas o coração daquele homem vivia no de uma única mulher."   (Pág. 192)

"Porque descobriram que o ser humano é dotado de sonhos tão poderosos, que são capazes de manter mundos vivos dentro de si. E muito além de dentro de si.  (Pág. 225)

"Passou a acreditar que existe um Criador olhando por nós. E que, de vez em quando, quando fazemos por merecer, milagres acontecem.   (Pág. 303)

"Porque metade da vida de um ser humano envolve sobreviver ao mundo. A outra metade envolve descobrir um significado para sua existência. Para o primeiro, existe o trabalho, o instinto e a evolução natural. Para o segundo, existe o amor, a fé. E o sonho.  (Pág. 375)

"[...] A tudo se agarra o homem que busca a liberdade. (Pág. 402)

"O amor só se encontra na liberdade. [...] Mas a liberdade é um ato interno. [...] Apenas para o homem que não vive de joelhos."  (Pág. 483)

"Quantas guerras serão necessárias para que tenhamos um pouco de pazUma. No final das contas, será preciso apenas uma. Em longas trincheiras rodeadas por egos humanos. Dentro de cada um dos nossos mais diferentes corações."   (Pág. 494)"




Pessoal, eu recomendo, leiam =D

sábado, 2 de outubro de 2010

Toquinho

O Caderno

Essa música que se segue ficou conhecida na voz do Pe Fábio de Melo, porém ela é do Toquinho. A primeira vez que eu a ouvi foi há cerca de 7 ou 8 anos atrás, quando um amigo dos meus pais cantou ela pra mim acompanhado de um violão, ele disse que a música falava da infância, o que não deixa de ser verdade, entretanto ela fala muito mais que sobre a infância, fala dos conflitos, fala da vida... Esta é uma composição belíssima, eu espero que gostem:





Machado de Assis

Os Olhos de Capitu...

O meu livro preferido do Machado de Assis é Dom Casmurro, que aliás, leiam, eu recomendo... Mas enfim, o livro conta a história de Bentinho e Capitu, que se conheceram ainda crianças se apaixonaram, cresceram e casaram. No entanto o trecho da obra que eu mais gosto se passa quando eles ainda são crianças, e Bentinho está começando a perceber seu amor por Capitu. Ele descreve os olhos dela de uma forma extremamente criativa, e amorosa:

"Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, "olhos de cigana oblíqua e dissimulada." Eu não sabia o que era obliqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os vira, eu nada achei extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu outra idéia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que...
Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros, mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me."



Eu espero que vocês tenham gostado... =D

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Djavan

Essa música que se segue é de uma poesia incrível, e me atrai por falar do amor:

Faltando um Pedaço

Composição: Djavan
 
O amor é um grande laço, um passo pr'uma armadilha
Um lobo correndo em círculos pra alimentar a matilha
Comparo sua chegada com a fuga de uma ilha:
Tanto engorda quanto mata feito desgosto de filha

O amor é como um raio galopando em desafio
Abre fendas cobre vales, revolta as águas dos rios
Quem tentar seguir seu rastro se perderá no caminho
Na pureza de um limão ou na solidão do espinho

O amor e a agonia cerraram fogo no espaço
Brigando horas a fio, o cio vence o cansaço
E o coração de quem ama fica faltando um pedaço
Que nem a lua minguando, que nem o meu nos seus braços.


Vocês podem ouvir essa música na parte de cima deste Blog. 

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

0 Acendedor de Lampiões

Essa é a minha primeira postagem sobre poesia, e eu quis começar por Jorge de Lima por que ele não é tão conhecido quanto outros como Vinícius e Drummond, e por que eu gosto muito da obra dele. Esse soneto que se segue eu ouvi pela primeira vez em uma aula de literatura, e me apaixonei, pois achei singelo e puro. Espero que gostem:

                              0 ACENDEDOR DE LAMPIÕES




Lá vem o acendedor de lampiões da rua!
Este mesmo que vem infatigavelmente,

Parodiar o sol e associar-se à lua
Quando a sombra da noite enegrece o poente!

Um, dois, três lampiões, acende e continua
Outros mais a acender imperturbavelmente,
A medida que a noite aos poucos se acentua
E a palidez da lua apenas se pressente.

Triste ironia atroz que o senso humano irrita: -
Ele que doira a noite e ilumina a cidade,
Talvez não tenha luz na choupana em que habita,

Tanta gente também nos outros Insinua
Crenças, religiões, amor, felicidade,
Como este acendedor de lampiões da rua!

O que eu mais gosto nessa poesia é que ela fala de alguém que leva luz, felicidade, para as outras pessoas, mesmo não tendo isso onde habita, ou dentro de si.

domingo, 26 de setembro de 2010

Amigos

Meus dois textos preferidos sobre amizade são um do Oscar Wilde, e o outro é um trecho do livro Aos Meus Amigos da Maria Adelaide Amaral. Acho que eu gosto deles porque eles descrevem a amizade e os amigos de uma forma que me faz lembrar os meus. Então, eu espero que vocês apreciem, e possam lembrar também dos seus amigos ao lê-los:

"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril."
(Oscar Wilde)

***

"- Sinto saudade do tempo que a gente era amigo.
- Eu também. Tenho saudade das piadas idiotas, da vida de todos passada a limpo, daquela espécie de adolescência revivida, do afeto que nos unia, da família que éramos. Quando nos separamos eu perdi a família. Nós temos que ficar juntos. Nós, que apesar de todas as diferenças nos queremos tanto, por tudo que vivemos, pela cumplicidade que muitas vezes não é verbal, mas que se expressa na nossa afetividade, na agressão, no carinho que temos uns pelo outros, que é o carinho pela nossa juventude, nós não podemos romper, nos afastar."

(Maria Adelaide Amaral)



Bom, essa postagem eu dedico aos meus amigos: Sabrina Lucena, Denise Bernardes, Rodrigo Otávio, Fábio Araújo, Marlos Leite, Anderson Kelvin, Jacqueline Gomes, Débora Portela, Jathy Cristal, Jandelson, Erilan, Charllene Oliveira, Karen Bianca, Karine Kely, Carol Monteiro, Daniel Cavalcanti, Lucas Vinícius, Monique D’Angelo e Bruna Melo.
 

Caetano Veloso

Os meus pais sempre gostaram muito do Caetano Veloso, e ele foi presença indispensável na minha casa, desde sempre. Existe uma música dele chamada Trem das Cores, que eu adoro, porque ele consegue descrever muito bem a paisagem e as cores vistas em uma viagem de trem. Eu, desenhista, sempre fui apaixonada por cores, então está aí, espero que gostem:


Trem das Cores

Composição: Caetano Veloso

A franja na encosta
Cor de
laranja
Capim rosa chá
O
mel desses olhos luz
Mel de cor ímpar
O
ouro ainda não bem verde da serra
A
prata do trem
A
lua e a estrela
Anel de turquesa
Os átomos todos dançam
Madruga
Reluz neblina
Crianças
cor de romã
Entram no vagão
O
oliva da nuvem chumbo
Ficando
Pra trás da manhã
E a seda
azul do papel
Que envolve a
maçã
As casas tão verde e rosa
Que vão passando ao nos ver passar
Os dois lados da janela
E aquela num tom de
azul
Quase inexistente, azul que não há
Azul
que é pura memória de algum lugar
Teu cabelo
preto
Explícito objeto
Castanhos lábios
Ou pra ser exato
Lábios cor de
açaí
E aqui,
trem das cores
Sábios projetos:
Tocar na central
E o céu de um
azul celeste, celestial.

Essa música pode ser ouvida em: http://letras.terra.com.br/caetano-veloso/43883/

Crônica de Drummond

Essa crônica do Carlos Drummond, eu li pela primeira vez em um livro que reunia várias cônicas do autor, e me chamou a atenção por ela ser engraçada e realista:


A Estranha (e eficiente) Linguagem dos Namorados


– Oi, meu berilo!
– Oi, meu anjo barroco!
– Minha tanajura! Minha orquestra de câmara!
– Que bom você me chamar assim, meu pessegueiro-da-flórida!
– Você gosta, minha calhandra?
– Adoro, meu teleférico iluminado!
– Eu também gosto muito de ser tudo isso que você me chama!
– De verdade, meu jaguaretê de paina?
– Juro, meu cavalinho de asas!
– Então diz mais, diz mais!
– Meu oitavo, décimo, décimo quinto pecado capital, minha janela sobre a Acrópole, meu verso de Rilke, minha malvasia, meu minueto de Versailles.
– Mais, agapanto emu, tempestade minha!
– Minha follia con variazoni, de Corelli, meu isto-e-aquilo enguirlandado, meu eu anterior a mim, meus diálogos com Platão e Plotino ao entardecer, minha úlcera maravilhosa!
– Ai que lindo, liiiiiindo, meu colar de cavalheiro inglês num retrato de Ticiano! Meu fundo-do-mar, você me põe louca, louca de amar as pedras, de patinar nas nuvens!
– E eu então, minha górgone, minha gárgula de Notre Dame, e eu, minha sintaxe de Deus?
– Você fala como falam os balões de junho de Portinari, as jóias da coroa do reino de Samarcanda, você, meu imperativo categórico, você, minha espada maçônica, você me mata!
– E você também me trucida, me degola, me devolve ao estado de música, meu tambor de mina!
– Todos os incentivos oficiais reunidos e multiplicados não valem a tua alquimia, meu ministro do fogo!
– Tuas paisagens, teu subsolo infernal, teus labirintos são superiores em felicidade a qualquer declaração dos direitos do homem!
– A primeira vez que eu vi você naquele bar do crepúsculo eu senti que as pirâmides e as cataratas não valiam a tua unha do dedo mindinho! Porque você é o Banco das estrelas, e pode comprar todas as coisas do mundo, inclusive as águas e os animais, para restituí-los à vida em liberdade! Como posso ouvir outras palavras senão as tuas, meu almanaque do céu? Minha ciência do insabível? Meu terremoto, meu objeto voador identificado?
– E nascemos um para o outro, nascemos um no outro, e estamos nessa desde antes do começo dos séculos, meu nenúfar!
– E estaremos mesmo depois que os séculos se evaporarem, ó meu desenho rupestre, meu formigão atômico!
– Mandala, raio laser, sextina! Tudo meu, é claro!
– Pomba-gira!
– Clepsidra!
– Sequóia minha minha minha!
Diálogo aparentemente louco, mas que dois namorados de imaginação mantêm todos os dias, com estas ou outras palavras igualmente mágicas. Não inventei nada. Apenas colecionei expressões ouvidas aqui e ali, e que me pareceram espontâneas, isto é, ninguém deve ter preparado antes o que iria dizer, de tal modo as palavras saíam entrecortadas de risos, interrompidas por afagos, brotando da situação. O amor é inventivo e anula os postulados da lógica. Ele tem sua lógica própria, tão válida quanto a outra. E os amantes se entendem sob o signo do absurdo – não tão absurdo assim, como parece aos não-amorosos. Já ouvi no interior de Minas alguém chamar seu amor de “meu bicho-de-pé” e receber em troca o mais cálido beijo de agradecimento.
Esta coletânea de frases de amor está aqui como introdução ao projeto não comercial de comemorações do Dia dos Namorados. Não para quelas sejam repetidas mecanicamente. Todo namorado que se preze deve inventar as besteiras líricas e deliciosas que a gente não diz para qualquer pessoa, só para uma, e só em momentos de pura delícia. Funcionam? E como?

(Carlos Drummond de Andrade, Boca de Luar)




Vocabulário
· berilo: pedra semipreciosa.
· tanajura: nome dado às fêmeas ou rainhas da família das formigas.
· calhandra: sabiá do campo.
· jaguaretê: tipo de pantera.
· malvasia: uva muito doce.
· minueto: antiga dança francesa.
· agapanto: erva ornamental de flores brancas ou roxas.
· górgone: personagem mitológica.
· gárgula: buraco por onde se escoa a água de uma fonte.
· imperativo: necesidade, imposição.
· categórico: claro, explícito.
· crepúsculo: luminosidade do amanhecer.
· nenúfar: plantas da família das ninfeáceas.
· rupestre: esculpido na rocha.
· postulados: princípio não demonstrável.

Os Traços de Monet

 Eu sempre fui apaixonada pela leitura, e foi lendo uma revista da estante de livros da minha mãe, ainda criança, que eu vi pela primeira vez uma tela de Claude Monet. Desde então fiquei encantada com as pinturas, depois, lendo sobre ele na internet, descobri que os jardins que ele retrata existem, e ficam no quintal da casa dele em Giverny, França.
Minha mãe é pintora e eu herdei dela o gosto pela arte de boa qualidade, apesar de não ter herdado o dom de pintar. Por isso resolvi postar algo aqui sobre arte, pensei em colocar telas de Da Vinci, mas preferi Monet pela qualidade e suavidade de suas obras e por ele não ser tão conhecido como o primeiro.
Esta foi a primeira tela dele que eu vi, ainda criança:


O jardim em Argenteul, 1873 (Le Jardim de Monet à Argenteul - les Dahlias - óleo sobre tela):


Impressão, Nascer do Sol (Impression Soleil Levant), Claude Monet


Pintura de Monet, seu jardim em Argenteuil:


O Pequeno Príncipe

O fragmento a seguir é do meu livro preferido, O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry:

E foi então que apareceu a raposa:
—Bom dia, disse a raposa.
— Bom dia, respondeu polidamente o principezinho.
— Quem és tu? Tu és bem bonita...
— Sou uma raposa, disse a raposa.
— Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste.
— Eu não posso brincar contigo, disse ela. Não me cativaram ainda
—Que quer dizer "cativar" ?
— É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
— Criar laços ?
—Tu és ainda para mim um garoto igual a cem mil outros garotos.
E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim.
Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas se
tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim ÚNICO no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
E a raposa continuou:
— Minha vida é monótona. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros.
Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.
O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música.
E depois, olha!
Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
— Por favor... cativa-me! - disse a raposa.
— Bem quisera, disse o principezinho. Mas tenho pouco tempo
e amigos a descobrir e coisas a conhecer.
— A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa.
Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo pronto na lojas. Mas como não existem lojas de amigos, eles não têm mais amigos.
Se tu queres um amigo, cativa-me !
— Que é preciso fazer ?
— É preciso ser paciente. Sentarás primeiro longe. Eu te olharei e tu não dirás nada.
A linguagem é fonte de mal-entendidos.
Mas cada dia sentarás mais perto... E virás sempre na mesma hora. Se tu vens às 4, desde às 3 eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às 4 horas, então, eu estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade.
Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração...
Assim, o principezinho cativou a raposa.
Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
— Ah! Eu vou chorar.
— A culpa é tua, disse o principezinho. Eu não queria te fazer mal, mas tu quiseste que eu te cativasse...
— Quis.
— Mas tu vais chorar !
— Vou.
—Então não sais lucrando nada!
—Eu lucro, por causa da cor do trigo.
[...]
—Adeus, disse ele.
— Adeus, disse a raposa.
—Eis o meu segredo: Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. Foi o
tempo que perdeste com tua rosa que a fez tão importante.
Os homens esqueceram essa verdade, mas tu não a deves esquecer.
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O Som que vem da Itália

Um dos meus estilos musicais favoritos é a música italiana, pela beleza das letras e pela suavidade da melodia , então resolvi colocar aqui um trecho de uma música que se chama La vita è adesso (A vida é agora), composição de Claudio Baglioni, que ficou conhecida aqui no Brasil na voz do Renato Russo:


"La vita è adesso
Nei pomeriggi appena freschi
Che ti viene sonno e le campane
Girano le nuvole e piove
Sui capelli e sopra i tavolini
Dei caffè all'aperto
E ti domandi incerto chi sei tu


Sei tu, sei tu, sei tu,


Sei tu che spingi avanti il cuore, ed il lavoro duro
Si essere uomo e non sapere, cosa sarà il futuro
Sei tu, nel tempo che ci fa più grandi e soli in mezzo al mondo
Con l'ansia di cercare insieme, un bene più profondo"




Tradução:


"A vida é agora,

Nas tardes apenas frescas
Que te vem o sono e os sinos
girando as nuvens e chove
sobre os cabelos e nas mesinhas
dos cafés ao ar livre,
E te perguntas incerto: quem você é?


É você, é você, é você


É você que empurra para frente o coração, e o trabalho duro
De ser gente e não saber o que será o futuro;
É você no tempo que nos faz maiores e sozinhos no meio do mundo,
Com a ânsia de procurar juntos um bem mais profundo"

Essa música pode ser ouvida em: http://letras.terra.com.br/renato-russo/96524/traducao.html

Amor, segundo Shakespeare

"Amor quando é amor não definha
E até o final das eras há de aumentar.
Mas se o que eu digo for erro
E o meu engano for provado
Então eu nunca terei escrito
 
Ou nunca ninguém terá amado."

William Shakespeare

Shakespeare

Eu sempre gostei muito de Shakespeare, por ele expressar de forma  muito realista a vida, o amor. Então, existem dois trechos de sua peça Macbeth que falam sobre a vida:


A VIDA NÃO É MAIS
QUE UMA SOMBRA QUE PASSA .
UM POBRE PALHAÇO QUE SE PAVONEIA
E SE AGITA UMA HORA EM CENA,
E, DEPOIS, NÃO SE OUVE MAIS FALAR DELE.

A VIDA É UMA HISTÓRIA
CONTADA POR UM IDIOTA,
CHEIA DE SOM E DE FÚRIA,
SIGNIFICANDO NADA 
” 
Macbeth, ato V, cena V

Há quem diga que ele é muito pessimista, no entanto, na minha humilde opinião, a vida é isso, e é por isso que nós estamos sempre procurando uma forma de sermos lembrados para sempre.