segunda-feira, 27 de setembro de 2010

0 Acendedor de Lampiões

Essa é a minha primeira postagem sobre poesia, e eu quis começar por Jorge de Lima por que ele não é tão conhecido quanto outros como Vinícius e Drummond, e por que eu gosto muito da obra dele. Esse soneto que se segue eu ouvi pela primeira vez em uma aula de literatura, e me apaixonei, pois achei singelo e puro. Espero que gostem:

                              0 ACENDEDOR DE LAMPIÕES




Lá vem o acendedor de lampiões da rua!
Este mesmo que vem infatigavelmente,

Parodiar o sol e associar-se à lua
Quando a sombra da noite enegrece o poente!

Um, dois, três lampiões, acende e continua
Outros mais a acender imperturbavelmente,
A medida que a noite aos poucos se acentua
E a palidez da lua apenas se pressente.

Triste ironia atroz que o senso humano irrita: -
Ele que doira a noite e ilumina a cidade,
Talvez não tenha luz na choupana em que habita,

Tanta gente também nos outros Insinua
Crenças, religiões, amor, felicidade,
Como este acendedor de lampiões da rua!

O que eu mais gosto nessa poesia é que ela fala de alguém que leva luz, felicidade, para as outras pessoas, mesmo não tendo isso onde habita, ou dentro de si.

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