quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Garça Triste

Hoje eu vou escrever sobre um trecho de poema do Castro Alves.
O poema original se chama "Tragédia no Lar" e fala sobre uma negra que, na senzala, canta uma cantiga pra ninar o filho. Este, com frio, choraminga nos seus braços. Pois que a cantiga é de uma beleza simples e triste, e me encanta profundamente. Segue abaixo:


"Eu sou como a garça triste
Que mora à beira do rio,
As orvalhadas da noite
Me fazem tremer de frio.

Me fazem tremer de frio
Como os juncos da lagoa;
Feliz da araponga errante
Que é livre, que livre voa.

Que é livre, que livre voa
Para as bandas do seu ninho,
E nas braúnas à tarde
Canta longe do caminho.

Canta longe do caminho.
Por onde o vaqueiro trilha,
Se quer descansar as asas
Tem a palmeira, a baunilha.

Tem a palmeira, a baunilha,
Tem o brejo, a lavadeira,
Tem as campinas, as flores,
Tem a relva, a trepadeira,

Tem a relva, a trepadeira,
Todas têm os seus amores,
Eu não tenho mãe nem filhos,
Nem irmão, nem lar, nem flores".

Às vezes eu me sinto como a garça triste, e sinto inveja da araponga errante que voa livre pro seu lar, pro seu ninho. Às vezes eu sinto vontade de largar tudo e voar livre pra casa, também. 

3 comentários:

  1. Acho que todos nós temos a vontade de ser como a araponga as vezes ...
    eu tenho a sorte de estar sempre perto de casa amiga mas os desafios existem e devem ser superados para realizações de sonhos..
    forçaa , continue em busca do seu sonho!!

    ResponderExcluir
  2. Você sabe em que livro tem esse poema por favor

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. os versos são lindos e são do grande pensador Castro Alves, eu sou Portuguesa e gosto muito destes versos. E podem mandar do Brasil.

      Excluir