Hoje é domingo. Domingo, missa, praia, céu de anil, como na música do Raul. Com direito a sangue no jornal e bandeiras na avenida Zil também, exatamente igual a todos os outros domingos.
Eu odeio o domingo. Acho-o, em si, potencialmente chato e tedioso em qualquer ocasião, dia ou ano.
Há no domingo uma atmosfera repetitiva que me irrita profundamente, talvez porque eu gosto de coisas novas, que me alegram, emocionam, chocam... Esse tipo de coisa jamais acontece aos domingos.
No entanto, em meio a isso tudo e talvez para servir de prova da previsibilidade dos domingos, sempre neste dia pela manhã acontece um fenômeno fascinante aqui em casa. Fascinante pra mim, pelo menos.
Sempre por volta das 9:30h escuta-se na sala de jantar daqui de casa músicas que vêm de um apartamento no prédio vizinho. Músicas boas, que eu amo. Religiosamente a cada domingo desfia-se coletâneas de Elis, Caetano, Chico, Gil, Milton, Djavan e toda a nata da MPB.
Eu nunca vi os moradores do dito apartamento, mas os imagino... Devem ser uma família de quatro pessoas, cujos pais têm mais ou menos 56 anos. O casal de filhos está na faixa dos 22 ou 23 e o menino faz medicina e a menina História, ou Direito. Nenhum deles têm muito tempo durante a semana, por isso aos domingos todos se reúnem em casa e colocam as conversas em dia enquanto o pai cozinha algo que todos gostam. Enquanto o almoço está sendo feito apreciam o prazer em comum de ouvir MPB, gosto herdado dos pais, pelos filhos. Por fim a família se reúne à mesa para fazer a refeição entre taças de vinho tinto, uma apetitosa travessa de salada no centro da mesa e muitos sorrisos e afeto.
Claro que essa minha visão é muito lírica e jamais poderia ser de outra forma, sendo eu irreparavelmente lírica desde que nasci. Gosto de imaginar essas coisas quando escuto as músicas aos domingos e digo ainda que nada escuto neste dia pela manhã, pois o gosto do habitante do apartamento no prédio ao lado é tão refinado que eu jamais ousaria colocar alguma música para ouvir aqui. Prefiro roubar um pouquinho da dele, filar a música do vizinho.
Quem sabe o habitante do apartamento não é uma mulher solteira e sozinha que odeia o domingo e escuta as músicas para aliviar sua tristeza e lembrar dos tempos em que era jovem e feliz? Espero jamais saber, afinal de contas há algo de majestoso no mistério e eu prezo muito esse tipo de coisa.
domingo, 22 de abril de 2012
sábado, 21 de abril de 2012
Sobre sonhos e blá blá blá...
Shakespeare disse que os sonhos são na verdade ambição. Talvez eles sejam mesmo... Talvez sonhar seja uma forma individualista de se dizer ao mundo o que a gente espera de nós mesmos e do próprio mundo, e talvez isso seja ambição... Mas será que sonhar é ser ambicioso? Eu acredito que não. O próprio
Shakespeare não acreditava nisso ao dizer que a própria substância do ambicioso é apenas sombra de um sonho.
Eu acredito muito em sonhos, acredito que são eles que nos movem. Sonhos, ideais, ideologias, idéias, aspirações... Essas coisas fazem o que nós somos de verdade, fazem o nosso caráter, o nosso jeito de ser.
Acho que se a gente não sonhasse não existiria um motivo pra se acordar todos os dias. Seria como desistir. Desistir de se ter um mundo melhor, um emprego melhor, mais árvores, uma música melhor, um carro, um cachorro, um amor, uma política melhor, filhos, um país melhor, o que comer, dinheiro, onde dormir, um ioiô, e seja lá o que mais que as pessoas sonhem.
Não sonhar é se conformar com o mundo e com a gente, é não querer mudar. A gente precisa de mudanças, porque o mundo muda a cada segundo... Eu não serei a mesma ao terminar de escrever esse texto nem você será o mesmo ao terminar de lê-lo. O mundo também não será o mesmo. Quantos tratados foram fechados nesse curto espaço de tempo? Quantas crianças nasceram? Quantas pessoas morreram? Quantos poemas foram escritos? Quantos amores começaram e quantos terminaram? O quanto as pessoas que estão à sua volta mudaram? O quanto o país mudou? Se a gente não sonhar, não mudar, tudo fica estagnado e isso seria uma tragédia. Tudo tem que mudar a todo tempo porque assim existe uma chance maior das coisas entrarem nos eixos, ou pelo menos chegarem mais perto disso.
Muita gente pode achar uma bobagem enorme tudo isso que eu escrevo aqui, mas eu não me importo. Nesse texto está a minha visão de mundo e em cada linha dele estão escondidos os meus sonhos. Eu sonho que serei uma pessoa melhor, uma profissional melhor. Sonho que as pessoas vão sonhar mais e vão correr atrás do que elas sonham. Eu sonho que os sonhos das pessoas não passem por cima dos sonhos de outras. Eu sonho que as pessoas vão respeitar os meus sonhos e eu vou respeitar os sonhos delas. É assim que deveria ser.
Uma pessoa me falou que jornalistas no início da carreira são muito apegados a ideologias bobas, mas que ideologias não colocam dinheiro na conta de ninguém. Pois bem, eu assumo. Eu sou apegada às minhas ideologias sejam elas bobas ou não, mas enquanto eu assim estiver vou poder dormir bem à noite sabendo que não traí quem eu sou e nem quem eu sonho ser. Talvez o jornalismo dos meus sonhos não exista, mas eu vou lutar diariamente pra que ele seja cada dia mais real.
Eu acredito muito em sonhos, acredito que são eles que nos movem. Sonhos, ideais, ideologias, idéias, aspirações... Essas coisas fazem o que nós somos de verdade, fazem o nosso caráter, o nosso jeito de ser.
Acho que se a gente não sonhasse não existiria um motivo pra se acordar todos os dias. Seria como desistir. Desistir de se ter um mundo melhor, um emprego melhor, mais árvores, uma música melhor, um carro, um cachorro, um amor, uma política melhor, filhos, um país melhor, o que comer, dinheiro, onde dormir, um ioiô, e seja lá o que mais que as pessoas sonhem.
Não sonhar é se conformar com o mundo e com a gente, é não querer mudar. A gente precisa de mudanças, porque o mundo muda a cada segundo... Eu não serei a mesma ao terminar de escrever esse texto nem você será o mesmo ao terminar de lê-lo. O mundo também não será o mesmo. Quantos tratados foram fechados nesse curto espaço de tempo? Quantas crianças nasceram? Quantas pessoas morreram? Quantos poemas foram escritos? Quantos amores começaram e quantos terminaram? O quanto as pessoas que estão à sua volta mudaram? O quanto o país mudou? Se a gente não sonhar, não mudar, tudo fica estagnado e isso seria uma tragédia. Tudo tem que mudar a todo tempo porque assim existe uma chance maior das coisas entrarem nos eixos, ou pelo menos chegarem mais perto disso.
Muita gente pode achar uma bobagem enorme tudo isso que eu escrevo aqui, mas eu não me importo. Nesse texto está a minha visão de mundo e em cada linha dele estão escondidos os meus sonhos. Eu sonho que serei uma pessoa melhor, uma profissional melhor. Sonho que as pessoas vão sonhar mais e vão correr atrás do que elas sonham. Eu sonho que os sonhos das pessoas não passem por cima dos sonhos de outras. Eu sonho que as pessoas vão respeitar os meus sonhos e eu vou respeitar os sonhos delas. É assim que deveria ser.
Uma pessoa me falou que jornalistas no início da carreira são muito apegados a ideologias bobas, mas que ideologias não colocam dinheiro na conta de ninguém. Pois bem, eu assumo. Eu sou apegada às minhas ideologias sejam elas bobas ou não, mas enquanto eu assim estiver vou poder dormir bem à noite sabendo que não traí quem eu sou e nem quem eu sonho ser. Talvez o jornalismo dos meus sonhos não exista, mas eu vou lutar diariamente pra que ele seja cada dia mais real.
"Existem vários corações batendo dentro do peito de um
ser humano. Corações de éter, de neve, de inverno, de gelo. Corações frios em
busca de sentimentos que os aqueçam baseados em sentimentos muito mais fáceis
de ser cantados do que realmente sentidos. De manifestações humanas que
extrapolam o conceito científico e promovem sensações e entendimentos que
aproximam aquele que é criado de seu Criador.
Essas manifestações nascem primeiro da dúvida promovida pela
dor e fazem o mundo parecer menor do que é. E fazem também parecer a vida desse
tamanho. Entretanto, nenhuma pessoa deveria acreditar que existe tamanho para a
vida, ou um tamanho para o mundo, ou para a energia que move esse mundo.
Pois o homem sobrevive através do trabalho, mas vive através
do sonho.
E o sonho nasce de sentimentos que só podem ser despertados
através de uma busca. São sentimentos que nascem de uma resposta para uma
dúvida que assola cada criatura oriunda de uma criação. Uma dúvida pela qual
alguns homens poderiam morrer.
E muitos outros poderiam viver.
Mas quem seria capaz de morrer, ou viver, por uma pergunta e
uma resposta? A resposta: depende da pergunta.
Mas depende muito mais da própria resposta.
Uma resposta de uma dúvida ansiada por mortais e por
semideuses. Uma resposta procurada por criaturas e por criadores, em diversos
locais onde ela não está.
Uma resposta capaz de mudar o mundo.
Quantas guerras serão necessárias para que tenhamos um pouco
de paz?
Uma. No fim de todas as contas, será preciso apenas uma. Em
longas trincheiras rodeadas por egos humanos.
Dentro de cada um dos nossos mais diferentes corações." - Dragões de Éter - Corações de Neve
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