domingo, 17 de outubro de 2010

Queridos Amigos

O vídeo dessa postagem faz parte da minissérie Queridos Amigos, inspirada no livro Aos Meus Amigos, da Maria Adelaide Amaral.
Eu tento explicar porque essa minissérie mexe tanto comigo, mas as palavras me fogem. Porém, escolhi essa cena para dividir com vocês e eu poderia contar um milhão de razões para o tal, porém vou escolher a mais cruel de todas, ou pelo menos é o que me parece: porque é a cena da despedida de Leo; porque nela os amigos de uma vida toda percebem que talvez nunca mais estejam juntos novamente, e olham pra o passado, vendo o quanto viveram intensamente, e foram felizes, tristes.
Eu espero sinceramente que vocês apreciem o vídeo, que é um dos meus preferidos, mas se não gostarem, eu sinto desapontá-los, mas penso que um dia vocês chegarão em um ponto da vida em que poderão compreender a essência dessa cena. Eu já cheguei nesse ponto, cedo demais, talvez, mas cheguei.


terça-feira, 12 de outubro de 2010

Samba pra Vinicius

A morte apesar de ser algo necessário, é muito triste. Eu me pergunto como podem certas pessoas não sentirem um pesar imenso ao saber que morreu alguém como Vinicius de Moraes ou Drummond... Pensar que aquela mente brilhante nunca mais vai escrever, ou falar, que todas as idéias que ele poderia vir a ter, agora são impossíveis. Isso tudo me faz refletir sobre a vida.
Mas, enfim, eu quis postar aqui essa homenagem pro Vinicius, feita pelo Toquinho e pelo Chico, porque eu achei extremamente merecida; por tudo que ele foi, e ainda é, pois ele só terá morrido quando ninguém mais se lembrar dele, e eu estou certa de que isso vai custar muito a acontecer.


"Vinicius nunca mais estaria lá. Ele se fora mesmo, como aqueles gatos boêmios, furtivos, levando junto a poesia para derramá-la pelos telhados da eternidade. Por mais intensa que seja a perda humana, restarão sempre os vestígios de vida que a morte não apaga. O dever de quem fica é perseguir e revalidar esses vestígios. Sem que seja uma consolação, mas uma permanente ordem de esperança e continuação da vida."


Eu espero que vocês, como eu, apreciem essa homenagem ao "Poetinha", o nosso tão querido Vinicius de Moraes.



segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Chico Buarque

João e Maria

Bom, essa letra é do Chico Buarque, com melodia do Sivuca. Não poderia faltar aqui algo do Chico, porque além dele ser um grande poeta, nos passa uma sensibilidade única em suas letras. Essa música em particular fala da infância, e eu acho ela muito bonitinha, além de ser inominável a importância dela na minha vida. Eu resolvi postar essa música para dar continuidade à do Toquinho que eu havia postado antes (O Caderno), pois ambas abordam o mesmo tema. Eu espero sinceramente que vocês gostem. =*



domingo, 10 de outubro de 2010

Dragões de Éter - Corações de Neve

Esse livro é de um autor brasileiro chamado Raphael Draccon. Por mais fútil que possa parecer, o que me chamou a atenção para ele na prateleira da livraria foi o desenho da capa, comprei, li e adorei. No entanto, o que eu mais gostei dele foram as frases, e são algumas delas que eu vou postar aqui... Espero que gostem. =*




"Devemos não acreditar em nada do que escuta e apenas na metade do que se vê."            (Pág. 132)


"Pois muito fácil é saber o que sonha um homem que ama. E, mais ainda, a mulher que vive tal sonho. [...] E bendito é o coração frio aquecido pelo amor."  (Pág. 170)

"Existem poucas, bem poucas coisas pelas quais vale a pena viver e morrer. O amor é uma delas.(Pág. 171)


"E ali, naquele entardecer solitário, o fato era que a alma daquele homem vivia no coração de milhares de pessoas. Mas o coração daquele homem vivia no de uma única mulher."   (Pág. 192)

"Porque descobriram que o ser humano é dotado de sonhos tão poderosos, que são capazes de manter mundos vivos dentro de si. E muito além de dentro de si.  (Pág. 225)

"Passou a acreditar que existe um Criador olhando por nós. E que, de vez em quando, quando fazemos por merecer, milagres acontecem.   (Pág. 303)

"Porque metade da vida de um ser humano envolve sobreviver ao mundo. A outra metade envolve descobrir um significado para sua existência. Para o primeiro, existe o trabalho, o instinto e a evolução natural. Para o segundo, existe o amor, a fé. E o sonho.  (Pág. 375)

"[...] A tudo se agarra o homem que busca a liberdade. (Pág. 402)

"O amor só se encontra na liberdade. [...] Mas a liberdade é um ato interno. [...] Apenas para o homem que não vive de joelhos."  (Pág. 483)

"Quantas guerras serão necessárias para que tenhamos um pouco de pazUma. No final das contas, será preciso apenas uma. Em longas trincheiras rodeadas por egos humanos. Dentro de cada um dos nossos mais diferentes corações."   (Pág. 494)"




Pessoal, eu recomendo, leiam =D

sábado, 2 de outubro de 2010

Toquinho

O Caderno

Essa música que se segue ficou conhecida na voz do Pe Fábio de Melo, porém ela é do Toquinho. A primeira vez que eu a ouvi foi há cerca de 7 ou 8 anos atrás, quando um amigo dos meus pais cantou ela pra mim acompanhado de um violão, ele disse que a música falava da infância, o que não deixa de ser verdade, entretanto ela fala muito mais que sobre a infância, fala dos conflitos, fala da vida... Esta é uma composição belíssima, eu espero que gostem:





Machado de Assis

Os Olhos de Capitu...

O meu livro preferido do Machado de Assis é Dom Casmurro, que aliás, leiam, eu recomendo... Mas enfim, o livro conta a história de Bentinho e Capitu, que se conheceram ainda crianças se apaixonaram, cresceram e casaram. No entanto o trecho da obra que eu mais gosto se passa quando eles ainda são crianças, e Bentinho está começando a perceber seu amor por Capitu. Ele descreve os olhos dela de uma forma extremamente criativa, e amorosa:

"Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, "olhos de cigana oblíqua e dissimulada." Eu não sabia o que era obliqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os vira, eu nada achei extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu outra idéia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que...
Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros, mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me."



Eu espero que vocês tenham gostado... =D